Tempo Festival investe em atividades formativas
Cena de A Classe Morta, espetáculo de Tadeusz Kantor (Divulgação)
O recém-encerrado Tempo Festival não ofereceu ao público um apanhado impessoal da cena contemporânea. Diferentemente, investiu num recorte – o teatro polonês –, valorizado não “só” por meio da apresentação de espetáculos como de iniciativas formativas, a exemplo das palestras do diretor, autor e artista visual Wojtek Ziemilski, sobre teatro documentário, e do dramaturgo e crítico Piotr Gruszczynski, sobre os principais diretores do país em atividade, do encontro com a tradutora e professora Angela Leite Lopes e o diretor Miguel Vellinho a respeito do encenador Tadeusz Kantor, e das exibições de registros de espetáculos de Kantor (A Classe Morta, Que morram os Artistas!, Não voltarei Jamais, Wiepole, Wiepole e Hoje é meu Aniversário).
O festival incluiu o ambiente universitário. As palestras de Ziemilski e Gruszczynski foram realizadas na UniRio e o diretor Grzegorz Jarzyna ministrou, juntamente com Anna Nykowska, uma oficina (intitulada Luna) no Instituto CAL de Arte e Cultura. Gruszczynski destacou determinadas transições sofridas pelo teatro na Polônia, em especial no que se refere à queda do Muro de Berlim, e os trabalhos de encenadores como Krystian Lupa, Krzysztof Warlikowski – revelado ao público brasileiro através do espetáculo (A)pollonia, uma das atrações da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITSP) – e o citado Jarzyna. Encenadores emblemáticos (Kantor, Jerzy Grotowski) também foram evocados.