A atriz e a palavra
A verborragia de uma peça como Sra. Klein se constitui como um desafio ao público de hoje. No entanto, aqueles que se disponibilizarem encontrarão, além do prazer do texto, uma interpretação excepcional de Ana Beatriz Nogueira e uma cena firmada sob base minimalista e eficiente.
Vingar como vingança
Viviane da Soledade analisa Nem Todo Filho Vinga, espetáculo da Cia. Cria do Beco: “Para além da sua dramaturgia e do significado que os corpos negros e favelados têm em cena, a direção dá pistas importantes para os espectadores constituírem experiências de deslocamento análogas aos moradores de favela, no âmbito geográfico, mas também simbólico. Esse deslocamento do espectador, induzido pela direção de Renata Tavares, provoca a experiência sensível da dinâmica da favela. E desse modo o espetáculo e seu público vão sendo constantemente transferidos de lugar pelos atores”.
Foco no jogo teatral
Acumulando as funções de autor, diretor e ator, Gabriel Flores demonstra, em Latitudes dos Cavalos, prazer pela arquitetura do texto e pelo jogo teatral entre os personagens.
Um basta à perpetuação do racismo
De acordo com Viviane da Soledade, Chega de Saudade! se faz crítico ao racismo não exclusivamente por sua dramaturgia, mas pela proposta cênica que vai se estruturando a partir das corporeidades negras e da evocação de suas culturas.
Imagens que escapam
De início, o espectador enxerga flashes do corpo nu do ator Maurício Lima. A partir de dado momento, as imagens projetadas sob uma superfície escapam, em alguma medida, ao olhar do espectador. Nesse sentido, Arqueologias do Futuro é um solo que intencionalmente continua não se revelando de modo integral diante do público.
Conjugação entre (supostas?) oposições
Janaína Leite desconstrói a representação e, ao mesmo tempo, adere ao mascaramento. Coloca-se, diante da plateia, “sem personagem”. mas, inevitavelmente, interpreta o papel da filha.