Estrutura cênica e debate teórico
O caráter histórico se manifesta duplamente na montagem da Cia. Stavis-Damaceno: no debate sobre o envolvimento emocional do intérprete com a personagem e na conexão com os primórdios da tragédia.
Domínio da palavra
Mesmo que a restrição espacial e a escassez de objetos não sejam plenamente aproveitadas como proposta de linguagem, a montagem proporciona ao público um encontro com a palavra e com uma atriz que domina o seu ofício.
Uma comédia física
No centro de Uma Babá Quase Perfeita, agora em versão musical, está o ofício do ator, visto como profissional habilidoso na composição física – no que diz respeito não só à caracterização visual como à versatilidade vocal – que o permite desaparecer por trás da personagem que constrói.
O desafio da escuta
Representante do teatro da palavra, a encenação de Elias Andreato conta com concepção minuciosa, evidenciada principalmente na cenografia de Fabio Namatame, e atuações (de Odilon Wagner e Marcelo Airoldi) que dominam a palavra.
Entretenimento com verniz refinado
Apesar da direção pouco personalizada e da distância em relação ao caráter popular do teatro elisabetano, Shakespeare Apaixonado apresenta envolvente reconstituição histórica e evidencia investimento em comicidade expansiva bem-sucedida.
O risco da dispersão
O espetáculo cresce mais nos momentos centrados em impressões subjetivas dos artistas do que naqueles voltados para a abordagem de pautas emergenciais.
No palco vazio, uma atriz afinada
Jandira Martini migrou da ficção para o registro de um momento dramático da sua vida – ainda que inevitavelmente se trate de uma ficcionalização das próprias experiências. Uma jornada visceral transmitida na interpretação versátil de Isabel Teixeira.